domingo, 7 de julho de 2013

A Vida de um Tênis Velho

A Vida de Um Tênis Velho


     Você poderia estar se perguntando quem sou eu, mas se leu o título tenho certeza de que você no mínimo tem uma ideia, não?
     Entretanto, vou começar: Às vezes eu me pergunto "por que minha dona gosta tanto de mim?", mas parece que não é esse o ponto de vista dela, pois ela diz que sou seu calçado preferido, diz que sou melhor até que a sandália prateada e a bota de couro. Naturalmente, fico lisonjeado com os elogios.
     Mas pelo jeito a mãe dela não pensa assim. Detesto quando ela ameaça me jogar fora para persuadir minha dona a fazer algo. Ah, nessas horas é que dá vontade de ser um salto de grife, daqueles que as madames se demoram olhando na vitrine...
     Em todo o caso, o importante é que minha dona me adora e, modéstia à parte, eu combino com qualquer roupa! E tenho certeza que Ela sempre vai recorrer a mim até eu não servir mais!
     Me lembro como se fosse ontem do dia em que fui comprado. Naquela época eu nem sonhava com as nossas expedições no quintal e na alegria que sinto ao apenas ver que as portas do guarda-roupa estão sendo abertas...

Laura Barros

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Conto dos Três Irmãos


Era uma vez três irmãos que caminhavam por uma estrada solitária e sinuosa ao crepúsculo, a certa altura, os irmãos chegaram a um rio demasiado fundo para passar a pé e demasiado perigoso para atravessar a nado. Contudo, esses irmãos eram exímios em artes magicas, por isso limitaram-se a agitar as varinhas e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Iam a meio desta quando encontraram o caminho bloqueado por uma figura encapuzada. E a Morte falou-lhes. Estava zangada por ter sido defraudada em três novas vítimas, pois normalmente os viajantes afogavam-se no rio. Mas a Morte era astuta.
Fingiu felicitar os três irmãos pela sua magia e disse que cada um deles havia ganho um prêmio por ter sido suficientemente esperto para a evitar.
E assim, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu uma varinha mais poderosa que todas as que existissem: uma varinha que venceria a Morte! Portanto a Morte foi até um velho sabugueiro na margem do rio, moldou uma varinha de um ramo tombado e deu-a ao irmão mais velho.
Depois, o segundo irmão, que era um homem arrogante, decidiu que queria humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de trazer outros de volta à vida. Então a Morte pegou uma pedra da margem do rio e deu-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra teria o poder de fazer regressar os mortos.
E depois a Morte perguntou ao terceiro irmão, o mais jovem, do que gostaria ele. O irmão mais novo era o mais humilde e também o mais sensato dos irmãos, e não confiava na Morte. Por isso, pediu qualquer coisa que lhe permitisse sair daquele local sem ser seguido pela Morte. E esta, muito contrariada, entregou-lhe o seu próprio Manto de Invisibilidade. Depois a Morte afastou-se e permitiu que os três irmãos prosseguissem o seu caminho, e eles assim fizeram, falando com espanto a aventura que tinham vivido, e admirando os presentes da Morte.

A seu tempo, os irmãos separaram-se, seguindo cada um o seu destino.O primeiro irmão continuou a viajar durante uma semana ou mais e, ao chegar a uma vila distante, foi procurar um outro feiticeiro com quem tinha desavenças. Naturalmente, com a Varinha do Sabugueiro como arma, não podia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Abandonando o inimigo morto estendido no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estalagem onde se gabou, alto e bom som, da poderosa varinha que arrancara da própria Morte, e que o tornava invencível. Nessa mesma noite, outro feiticeiro aproximou-se silenciosamente do irmão mais velho, que se achava estendido na sua cama, encharcando em vinho. O ladrão roubou a varinha e, à cautela, cortou o pescoço do irmão mais velho. Assim a Morte levou o primeiro irmão.
Entretanto, o segundo irmão viajara para sua casa, onde vivia sozinho. Aí, pegou na pedra que tinha o poder de fazer regressar os mortos, e fê-la girar três vezes na mão. Para seu espanto e satisfação, a figura da moça que em tempos esperava desposar, antes da sua morte prematura, apareceu imediatamente diante dele.No entanto, ela estava triste e fria, separada dele como que por um véu. Embora tivesse voltado ao mundo mortal, não pertencia verdadeiramente ali, e sofria. Por fim o segundo irmão louco de saudades, suicidou-se para se juntar verdadeiramente com ela. E assim a Morte levou consigo o segundo irmão.
Mas embora procurasse durante muitos anos o terceiro irmão, a Morte nunca conseguiu encontrá-lo. Só ao atingir uma idade avançada é que o irmão mais novo tirou finalmente o manto de invisibilidade e deu ao seu filho. E então acolheu a Morte como uma velha amiga, e foi com ela satisfeito e, como iguais, abandonaram esta vida.







J. K. Rowling (Os contos de Beedle e o Bardo) 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Casa das Bonecas

A Casa das Bonecas

    Tive uma sensação imediata de desconforto ao entrar na loja. Por toda parte, sobre prateleiras, seus pequenos corpos inertes amontoados.
    O dono da loja não estava à vista e eu, que desde pequena sempre tive medo de bonecas, me senti oprimida. Eram bonecas de vários tipos, todas muito antigas, com seus rostos de bisquit, cabelos opacos e seus olhos de cristal - fixos, mortos.
    De repente, senti como se alguém me observasse pelas costas. Virei-me devagar, e o terror me gelou os ossos. Vi, com toda nitidez, um daqueles olhos de cristal picar pra mim.
    Então, tremendo de nervosismo, soltei um gritinho sufocado e fiquei paralisada, esperando aquela aberração cor-de-rosa sair de perto.
    Porém, aconteceu o que eu temia e ela continuou andando lentamente em minha direção. Eu estava desesperada! Não sabia o que fazer, afinal aquilo era impossível, não era? Pelo que sei, bonecas não têm capacidade de pensar, muito menos de andar, ou estava errada? Para falar a verdade, naquele momento eu não tinha mais certeza do que era certo...
    Até que a boneca abriu sua delicada boquinha, mas ao invés do som que eu esperava, ouvi uma vós estranhamente conhecida, dizendo:
    _ Alice, Alice! Acorda, minha filha! Você está tendo outro daqueles pesadelos! Ai, primeiro aquela história de "País das Maravilhas" e agora desanda a gritar sobre bonecas dormindo... Anda logo, senão vai acabar se atrasando para tomar café.

(Eu)    

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Tradução Português-Japonês

Tradução Português-Japonês


Adivinhador....................................................Komosabe
Bêbado..........................................................Yochi Tomo Whisky
Café amargo..................................................Takaro Azucar
Carro............................................................Kenon Hémoto
Compre.........................................................Adkira
Terror...........................................................Aikimedu
Fraco............................................................Yono como
Roubaram minha moto...................................Yonovejo M'yamaha
Meia volta.....................................................Kasigiro
Sinuca...........................................................Takada Nabola
Se foi............................................................Non-ta
Acabou a gasolina.........................................Yaminhamoto Nonanda
Vice-campeão...............................................Kuasi-Ganho
Ainda tenho sede...........................................Kiro Maisagwa
Fim................................................................Saka-bo

(Autor Desconhecido)

Sou assim mesmo

Sou chata mesmo. Choro atoa. Dou uns berros. Dou risada na hora errada. Sou teimosa. Ainda sou super infantil. Às vezes tímida, às vezes extremamente doida. Dando "piti" por bobagem, é assim que sou. Mas mesmo assim tem gente que me aguenta, me suporta e me adora, aí sim é gente boa. Sou estranha. Acho graça do normal. Amo música. Tô nem aí. Super ciumenta. Falo sozinha. Palhaça. Fico com medo de tudo. E mesmo assim tem gente que pelo menos tenta me ensinar, aí não consegue e fica comigo de bobeira, super gente boa. Vejo filme de criancinha. Troco as palavras. Desligadona! Na hora não sei nada, um segundo depois sou Einstein. Ignoro o que não gosto. Prefiro fazer piada quando tá todo mundo chorando. Mas mesmo desse jeito tem gente que tá sempre comigo, papel digno de gente boa. Bem confusa. Sou preguiçosa, tanto que vou parar de escrever só pra não ter que pensar mais, já que já deu pra entender, Tchau, até mais!!!

(Laura Barros)

sábado, 27 de abril de 2013

Um sopro de Vida

           

           "Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha vida"


Um sopro de vida, Clarice Lispector


Injustiça

Injustiça


Se eu pudesse, iria trocar toda glória
por apenas um sorriso seu.
Eu trocaria qualquer coisa que eu tenho
pra apagar tudo de ruim que já nos aconteceu.

Botar a mão no fogo é moleza
pra quem já sofreu por amor tanto quanto eu.
Por que você não realiza
esse simples desejo meu?

Se eu te pego olhando pra outra garota,
fico nervosa, tristinha no meu canto.
Mas quando eu te vejo, me sinto um encanto
e você pensa que estou te encarando!?!

Os outros vivem falando:
"tão namorando, mesmo sem idade".
E, cara, eu assaltaria um banco
pra ouvir de você que isso é verdade.

Se é tão fácil rir com seus colegas,
por que você não fala nada comigo?
Se descobrirmos interesses parecidos,
talvez nos tornemos grandes amigos.

Antes a gente cantava, 
ria junto e conversava.
Que pena que tudo mudou
quando eu descobri que o amava...

Laura Barros
(Eu)